A parceria firmada entre a Prefeitura de Valparaíso de Goiás e a Unidade Prisional de Valparaíso de Goiás há cerca de um ano, permitiu à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana a aquisição bloquetes mais baratos, para utilizar no calçamento da cidade.
A utilização da mão de obra carcerária é um benefício para a Prefeitura e para o próprio interno. Para a prefeitura a parceria reflete em uma economia substancial, para o detento, a possibilidade de remissão de pena.
O material maciço é normalmente utilizado na pavimentação de ruas e estradas por ser mais barato e permeável do que o asfalto ou concreto. Em geral cerca de 1/3 da população carcerária está envolvida na fabricação de bloquetes, costura de bola, serralheria, marcenaria, fabricação de canaletas, tijolos e manutenção da unidade, como a roçagem de mato e plantio de mudas. Parte desses trabalhadores recebem uma bolsa do Estado, 2/4 do salário mínimo, e outros recebem benéfico da remissão de pena, “cada três dias trabalhados significam um dia a menos de pena”, afirma o diretor da Unidade Prisional, Wagner Alves.
Os bloquetes são fabricados em um galpão de 50 m², situado na própria Unidade Prisional. O equipamento utilizado para a fabricação é a betoneira, máquina que faz a mistura do cimento com a areia e o pó de brita, materiais doados pela Prefeitura. A produção dos bloquetes é 70% artesanal e com três pessoas trabalhando oito horas por dia é possível produzir cerca de 400 a 450 bloquetes diários.
O suporte técnico e teórico para a profissionalização dos detentos foi ofertado pela Prefeitura, com a colaboração do engenheiro Adriano. “O conhecimento de engenharia foi fundamental para que essa parte do projeto tivesse o êxito na fomentação de novos bloquetes”, declarou o diretor.
Segundo o engenheiro Adriano, os bloquetes são utilizados para diversos fins, principalmente para a construção de calçadas. “Os bloquetes serão utilizados para fazer a urbanização do banco de alimentos do município, por exemplo, mas a parceria não vai findar, o próximo projeto será a calçada da Escola Ambiental”, destacou.
Outras duas pessoas, segundo o diretor, são essenciais para o projeto — o servidor Edivar, coordenador responsável por selecionar e treinar os presos para a manutenção da unidade e para a produção de artesanatos e o Márcio Melo, diretor da Guarda Muncipal.
Texto: Juliana Gentila
Fotos: Eduardo Lanhez